Chegou a vez do povo negro na internet. A narrativa contra o racismo se multiplica aqui. Está em blogs, canais de vídeo e redes sociais. E move gente como o universitário Ícaro Jorge, 19 anos, autor do canal Ocupa, preto!, que inspira o título deste especial. Ele não está só. Com um smartphone nas mãos, é parte do time afrodescendente que amplifica, na web, a luta contra o preconceito racial.
Eles podem passar despercebidos à primeira leitura. Mas os rostos negros são cada vez mais conhecidos do público que acompanha os movimentos barulhentos na web. Ícaro Jorge, Tati Sacramento, Ana Paula Xogani, Rosângela Jose, Sulivan Bispo, Ravena Creole, Tiago Almasy, Caio Oliveira, Eraldo de Deus e Erick Paz são celebridades na blogosfera. E ativistas na vida real.
Juntos, são cada vez mais atuantes no time que ocupou tudo nas redes sociais com o discurso antirracista. Moda, cabelo, maquiagem, saúde e beleza são o pretexto para abordar questões comuns ao povo negro. “A moda é o meu meio de comunicação”, define Ana Paula Xogani, que transmite mensagens contra o preconceito em seu canal de vídeos.
Racismo, intolerância religiosa e machismo estão entre os temas abordados em espaços diversos na rede mundial de computadores. Para comunicar, esta nova militância abusa do talento na construção de narrativas que capturem o leitor. Facebook, instagram e youtube são os espaços preferidos destes influenciadores digitais.
Sucesso no universo on line, eles amplificam a voz do povo negro com um discurso afirmativo. E acumulam seguidores, inclusive na vida real. “Outro dia, percebi que uma menina estava me seguindo no shopping. Fiquei meio receosa até que ela me abordou e pediu um selfie”, conta Tati Sacramento que, em meio da dicas do mundo fitness, aproveita para passar a mensagem contra a discriminação.
Uns, como Ícaro Jorge, produzem o discurso em vídeos mais simples, no estilo mais rudimentar. Outros, lançam mão dos recursos teatrais para transmitir a mensagem em vídeos, a ferramenta preferida de quem constrói as narrativas ou acessa os canais. Este é o caso do grupo do Frases de Mainha, com vídeos de humor, com locações em vários pontos de Salvador, que fazem sucesso na internet. Nos episódios, mãe e filho travam diálogos engraçados sobre temas diversos e abordam o preconceito racial.
Na prática, vence o influenciador que estabelece maior empatia com o seguidor. "O que existe é uma disputa de narrativa, onde os ativistas da internet constróem algo paralelo aos veículos tradicionais", afirma o professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Ufba), doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador de novas tecnologias, Nelson Pretto.
No fim das contas, não importa a plataforma, o que conta é de que forma esta narrativa tem contribuído para a formação da auto-estima de novas gerações. Afrodescendentes de agora que acessam as mídias digitais têm tido o privilégio de aprender no tête-a-tête com os seus iguais o quão empoderados podem ser.
Uns apostam no discurso ativista. Outros abordam questões paralelas e acabam tratando do mundo militante, em um efeito cascata. As estratégias são variadas, mas o resultado é o mesmo: a negrada agora tem voz. Tomaram conta das novas tecnologias e ocuparam a praça pública da internet. Nessa ágora digital, os debates têm cor e posição política: são pretos, feministas e antirracistas.
A figura da designer Ana Paula Xogani, 28 anos, pode resumir essa tendência. Ela é negra, feminista, filha de pais militantes e neta de presos políticos. Dona de um ateliê de moda afro, percebeu ao longo do tempo que o trabalho ultrapassava a relação comercial entre cliente e vendedor. Tornou-se youtuber e transferiu para o canal de vídeos o que sempre existiu no dia a dia.
No canal dela na internet, a moda aparece como pano de fundo para assuntos que estão sendo debatidos na sociedade, como educação, feminismo, racismo, entre outros. “A moda é minha isca, é meu meio”, define a webcelebridade. Ela defende que a internet permite “maior democracia”. Dá, na opinião dela, “visibilidade a assuntos que a mídia hegemônica não permite serem tratados”.
“Eu precisava expandir isso para o virtual”, afirma a youtuber. “Quando falo de moda afro, estou necessariamente falando sobre esses assuntos, porque a moda conversa com o ativismo e o ativismo influencia nessa moda”, relaciona.
Ela observa o impacto do discurso que faz na interação com o público, quando histórias pessoais são contadas nos comentários. Lembra que criticou em um de seus vídeos um livro infantil racista usado na escola onde sua filha estuda, certa vez. A partir dali, passou a receber relatos virtuais de outras mães e professoras que tinham opinião semelhante.
Professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Ufba), doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador de novas tecnologias, Nelson Pretto destaca que a internet “intensifica e amplifica os debates sociais” já existentes.
“Essa intensificação, de um lado, dá possibilidade de maior participação da sociedade e, de outro lado, coloca para fora todos os elementos ligados à intolerância, ligados ao preconceito e a todas as coisas que a gente combate ao longo de muito tempo”, afirma Pretto.
Esse feedback dos seguidores a jornalista Tatiane Sacramento, 35 anos, enxerga como uma espécie de “remuneração emocional”. Ela também decidiu usar a internet como meio de comunicação.
Tati Sacramento, como ela se apresenta na web, é a única “musa fitness” negra no Brasil, apesar de insistentemente recusar esse rótulo. Prefere dizer que usa os recursos digitais “para inspirar outras mulheres”. Em seus vídeos, os assuntos principais são beleza, bem estar e moda.
A baiana de longos cabelos cacheados avalia que é uma “peça necessária” no tabuleiro da internet. Nesse jogo, as peças, adeptas do universo fitness, seguem um padrão. Um padrão eurocêntrico capaz de gerar muitos “likes” em fotos e vídeos nos blogs: são brancas, loiras e têm olhos claros.
“Quando inspiro essas meninas negras, leio os relatos delas se sentindo empoderadas, recebo meu salário emocional”, afirma Tati Sacramento. “A beleza precisa ser entendida a partir da clareza de que os padrões vigentes são equivocadas”, defende.
Cofundador do Instituto Mídia Étnica (IME) e consultor do Berkman Klein Center, centro de pesquisa da Universidade Harvard, o jornalista Paulo Rogério Nunes avalia que a geração atual de jovens tende a crescer com mais autoestima por influência dessas novas referências.
“Vai ser diferente da nossa geração, por exemplo, que cresceu sem a internet e sem tantos referenciais”, analisa Nunes. O pesquisador ajudou a fundar, lá em 2005, o IME. O instituto, criador do portal Correio Nagô, foi um dos primeiros responsáveis por produzir conteúdo racial na internet. Era, ao lado dos sites Geledés e Afropress, “a vanguarda dessa discussão”.
“Mas nós trabalhávamos numa linha tradicional de imprensa negra, que sempre existiu no Brasil, diferentemente do que se pensa”, analisa. Nunes defende que a chegada da internet “abre mais portas”. Opina que, agora, “todo mundo consegue potencialmente viralizar conteúdo”.
“Sou otimista. Se conseguirmos garantir esses direitos de liberdade no espaço da web, essa prerrogativa de qualquer pessoa poder produzir conteúdo e participar, livremente, e manter essa tendência de ambiente aberto, democrático, plural, consigo enxergar esperança, e essa nova geração vai crescer com outro patamar”, afirma o especialista.
As mudanças já estão acontecendo. Criadora do canal de vídeos Negra Rosa, no ar desde 2010, a administradora, influenciadora digital e empresária Rosângela José, 37 anos, é quem bem sabe.
Foi durante a transição capilar que enfrentou naquele ano que ela começou a fazer postagens no YouTube. Lá atrás, Rosângela deixava os produtos químicos e assumia o cabelo natural. O objetivo dos vídeos era apenas contar a experiência para outras meninas.
“Eu achava que não existia racismo no Brasil, como ainda dizem por aí”, conta a webcelebridade. “O empoderamento estético é bacana, mas precisamos entender como o sistema funciona, como a sociedade trata a gente”. O discurso militante foi sendo incorporado pouco a pouco ao trabalho dela.
Questões complexas, como a ausência de mulheres negras em espaços midiáticos, também começaram a ser abordadas. Tudo isso em meio a dicas sobre produtos para cabelo natural e maquiagens para a pele negra – itens difíceis de encontrar no mercado de beleza brasileiro.
Lá em 2010, apenas mais três meninas afrodescendentes ocupavam esse espaço de destaque na web, nos cálculos da youtuber. “As pessoas negras não estão na grande mídia falando para nós, mas a internet permitiu isso, me permitiu conhecer autores negros, intelectuais negros e outros negros de destaque que não têm espaço nessa grande mídia”, afirma Rosângela.
Hoje, ela avalia a si mesma como muito mais consciente. Ainda reivindica “muito mais mulheres negras” nos espaços. “Estou falando de quantidade mesmo, porque mesmo crescendo o número de meninas que fazem vídeos sobre essas questões, ainda não temos o alcance das mulheres não negras”, afirma.
Para o professor da Ufba Nelson Pretto, o “boom” de produção de conteúdo nas mídias alternativas surge justamente para disputar narrativas com os veículos tradicionais de comunicação.
O vídeo talvez seja a principal ferramenta de influência digital na internet. Unanimidade, ele é o queridinho das celebridades da web. No Youtube, no Instagram ou no Snapchat, atinge gratuitamente um público grande. E não requer muita produção. Os processos de criação mudam de 'youtuber' para 'youtuber'. Mas o objetivo é o mesmo: fazer a mensagem voar sem fronteiras.
Criador do canal Ocupa, preto!, o estudante Ícaro Jorge, 19, segue essa linha. Quando criou o espaço, contava com amigos para editar seus vídeos. Hoje, o acabamento é feito por ele mesmo. Um software quase rudimentar oferecido pela Microsoft (o Windows Moove Maker) é utilizado para isso. Entre texto, roteiro, gravação e edição, o processo de construção dos vídeos de Ícaro é simples.
Uma mesa com livros serve como tripé e o celular registra tudo. Ele afirma que a escolha do vídeo leva em conta a “facilidade”. “É mais cômodo e mais fácil de se expressar com a fala”, afirma o baiano. “É só ligar a câmera, falar e editar minimamente”.
O estudante de Humanidades é morador da Capelinha de São Caetano, periferia de Salvador. Foi nesse meio social, conta, que se deparou com as desigualdades raciais. Hoje, almeja ser referência para o público da internet. Mas já é. São quase 3 mil visualizações e um discurso ativista afiado.
“Eu estudava em colégio particular como bolsista e todo negro que mora em favela tem essa questão muito clara durante a sua vida”, analisa. “Naquele espaço privado, que socialmente é reservado apenas para os brancos, eu era o deslocado”, afirma.
Da mesma origem, vem outro youtuber baiano. Ator do Bando de Teatro Olodum, Leno Sacramento é a principal figura do canal Ouriçado. Dedicados a falar de racismo, os vídeos publicados na página são produzidos obedecendo a uma rotina. Tudo começa com um encontro para a produção do roteiro e dos diálogos, passa pelo convite a atores negros e termina com a gravação e a edição.
Além de Leno, a produtora Luciene Brito e o também ator Eraldo de Deus compõem a equipe fixa do projeto. Pelo menos mais 20 colaboradores – todos amigos e voluntários – atuam vez ou outra. “Peguei um bocado de preto e falei 'Vamos trabalhar juntos para falar o que queremos'”, lembra Sacramento. A ideia do canal, conta, surgiu de uma oficina de teatro que fez. Nela, observou que vários artistas competentes tinham dificuldade para conseguir trabalho.
O uso da ferramenta audiovisual pelo grupo foi escolhido “a partir da necessidade de atingir muita gente, um público maior”, diz ele. Essa é “uma das vantagens” do formato, na opinião do ator. “Você só entra no teatro uma vez, já a websérie, você vai mandando para os amigos, debatendo e a diferença dos pensamentos aparece ali na internet”, analisa Leno. Ele afirma que a produção dos vídeos tenta ser profissional, “o mais elaborada possível”. “Mas como é tudo sem patrocínio, às vezes acaba saindo tosco”, admite.
A cineasta e jornalista Ceci Alves, professora dos cursos de Jornalismo e Produção Audiovisual do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), avalia que a relação da internet com o audiovisual acabou criando “uma terceira via”. “É meio que um híbrido das duas coisas”, afirma Ceci Alves.
“Essa nova coisa preserva muito os ritos da linguagem audiovisual, obviamente, mas a internet, enquanto distribuidora dessas mensagens, potencializou a linguagem audiovisual de uma forma que o cinema não pensava, que a televisão não pensava”, analisa ela.
A cineasta cita a liberdade como um dos principais resultados da junção da web com o audiovisual. “Eu não só descrevo essa mensagem, mas eu também distribuo, também viralizo. Eu sou dono e detentor daquilo que quero dizer. Essa subversão, onde tenho o poder nas mãos, potencializou o que seria a linguagem audiovisual, então não cabe ficar falando de preservação”, observa.
“É como se o audiovisual fosse a nova escrita da contemporaneidade, a nova escrita do século XXI. Acho que é por isso que ele está bombando tanto, as pessoas estão recorrendo a ele como forma de se expressar”, afirma Alves, lembrando também do advento da nanotecnologia. “Já é uma coisa que as pessoas dominam, está implícito, você já sabe o que fazer quando pega um celular para filmar”.
A escolha de Ravena Creole – a drag do povo – pela peruca de cabelo crespo ou com trança nagô e da música 'A Carne' ou 'Que bloco é Esse' para performar é intencional. Assim como a postura de Mainha diante da vida, aliado ao turbante, não quer apenas entreter. Desta forma, a arte cumpre uma das suas funções: a de reorganizar o senso da realidade.
O caráter educativo é claro na atuação de profissionais que usam o meio digital para valorização e divulgação da cultura afrodescendente. "Não reproduzimos discursos que fragilizem essas mães batalhadoras. E como uma mulher negra, queremos mostrar a força e possibilidade de ascensão social e financeira. Ela tem carro, casa, põe comida na mesa", disse o relações públicas e um dos idealizadores do Frases de Mainha, Caio Cézar Oliveira.
Frases de Mainha, até o ano passado, consistia na publicação de frases que permeiam o imaginário de filhos e mães nordestinas. A partir da decisão de fazer vídeos, Erick Paz e Caio convidaram os atores Sulivã Bispo (Mainha) e Tiago Almasy (Júnior) para interpretar as personagens.
E, desta forma lúdica e forte, eles têm conquistado seguidores. "O facilitador da reverberação do nosso conteúdo é a grande participação dos usuários que acompanham Frases de Mainha. As pessoas se veem nas frases, nos cards, nos vídeos, porque grande parte do conteúdo é enviada pelos usuários", contou Caio.
E essas várias linguagens e tecnologias podem ser aliadas às artes cênicas. "É uma ferramenta poderosa e de rápida de sensibilização”, explica a museóloga, atriz e gestora cultural do centro de pesquisa Moinhos Giro de Arte, Cássia Valle, sobre a importância da arte na formação de mentalidades e mudança de costumes. Deste casamento, surgem novas formas de transmitir mensagens.
E para ecoar essa ideologia, a internet funciona como uma arma contemporânea de controle, segundo o mestre e doutorando em políticas de comunicação e cultura pela Universidade de Brasília (UNB), Pedro Caribé.
"Fortalece a esperança e a expectativa de transformação frente a um processo de concentração no audiovisual. O negro, agora, é produtor da sua própria obra. Tivemos imprensa negra no século XIX, mas hoje a quantidade de sites que se identificam com a ideia de mídia negra, em quantidade, não tem precedentes", ressalta o pesquisador.
Após uma interpretação como Elza Soares, Ravena Creole, a drag do povo, o maquiador e artista Robson Dinair percebeu que podia mais. "Ravena é meu alter ego. Fica mais fácil colocar meus pensamentos e desejos. Muitas pessoas acham desnecessário falar sobre racismo, que é vitimismo. Mas vi que podia usar essa arte como representatividade e as pessoas se identificam".
Ela pode ser vista no vlog "Tudo Na Vida de Ravena" onde compartilha sua rotina, a produção das apresentações. “Cenário bom pra mim é a vida real. Uma barraquinha do pastel, um supermercado, lugares comuns e me sentindo segura sempre rola”, contou a youtuber.
O criador de Ravena é um exemplo do protagonismo em novas funções. “Dos papéis de consumidores, espectadores e trabalhadores, o negro passou a ser diretor, produtor e negociador dos seus produtos. Além da diversidade de produtos que se adaptam aos vários momentos de cada público, não se fechando a um modelo de conteúdo", destaca Pedro Caribé.
Na construção desse universo virtual pautado pelo interesse da população afrodescendente, vários precursores são referências para diversos profissionais que atuam nas mais diversas plataformas disponibilizadas no meio digital. O portal Geledés, criado em 1997, é o instrumento de ampliação do debate sobre os temas da missão institucional da organização. A média mensal de visitantes é de 1,7 milhão.
“Abriu outras perspectivas de fazer o debate. Amplifica o alcance das ideias que, pelos meios tradicionais como uma publicação impressa, seria impossível. Amplia a consciência social no combate e na conscientização. Sem contar a visibilidade de grupos que têm dificuldade de pautar a mídia tradicional. Assim vamos encontrar novas formas de reparação”, disse a coordenadora executiva do Geledés Instituto da Mulher Negra, Sueli Carneiro.
As questões de raça e gênero e as implicações em outras temáticas, como a educação, direitos humanos, mercado de trabalho, comunicação, pesquisa acadêmica, políticas públicas, saúde, além dos desdobramentos em temas que envolvem a cidadania, são o foco do instituto fundado em 1988.
A ausência de um número expressivo de portais com foco nessas temáticas também motivou a criação do site Mundo Negro, em 2001. “Não havia muitos veículos para negros. Tinha uma demanda e queria aproveitar a oportunidade de criar conteúdos para negros”, explica a jornalista Sílvia Nascimento.
Por conta da afinidade natural com a escrita e ainda longe da época do boom das ferramentas audiovisuais, a jornalista optou pela publicação de textos. Sílvia conta com a colaboração de colunistas, mas mantém o conteúdo noticioso praticamente sozinha e terceiriza os serviços de contabilidade e design.
Também na linha de fomentar o mercado, é da criadora do Mundo Negro o projeto Negros Digitais. Em março este ano, profissionais iniciantes e experientes participaram de um curso em parceria com o Youtube Space São Paulo. A proposta é mapear negros e negras brasileiros que produzam conteúdo online no Brasil e em outros países, buscar parceiros para oferecer qualificação e aumentar a visibilidade dos veículos produzidos por negros na internet.